A Chapada

 

Atrações turísticas

A região do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no coração da Bahia, desenvolveu-se com a mineração de ouro e diamantes nos séculos XVIII e XIX. Esgotadas as jazidas, o principal meio de sobrevivência da população passou a ser a agropecuária.

O parque de 152 mil hectares, área de preservação ambiental administrada pelo IBAMA, abrange Lençóis, Palmeiras, Andaraí, Mucugê, Itaeté, Iraquara, Seabra e Ibicoara, cidades que conservam seus antigos casarões e igrejas dos tempos da mineração.

Até duas décadas atrás, só mochileiros iam à Chapada. A recente melhora da infraestrutura turística, a abertura de hotéis de bom padrão e a construção de um aeroporto facilitaram a atuação de empresas de turismo receptivo. Hoje, brasileiros e estrangeiros visitam as cavernas, cachoeiras, rios, vales e montanhas. Muitos procuram a região para praticar esportes como trekking, mountain bike, canoagem e rappel. Os sítios que foram quilombos atraem turistas interessados em conhecer pratos típicos e festas populares. Artistas plásticos, esotéricos e pessoas que buscam “contatos imediatos” com extraterrestres também visitam o local.

Como as jazidas se esgotaram há muito tempo, você não encontrará pepitas de ouro ou diamantes… O tesouro à sua espera é a própria Chapada.

As estradas entre as cidades ao redor do parque nem sempre são transitáveis em veículos comuns. Em épocas de chuvas, o deslocamento, mesmo em veículos com tração total, pode ser desaconselhável. Em Lençóis e no Vale do Capão existem as ACVs (Associações de Condutores de Visitantes) que oferecem a orientação necessária e informações sobre as condições das estradas.

Lençóis

A cidade surgiu quando foram descobertas jazidas de diamantes em Mucugê, em meados do século XIX. Naquela época, aventureiros chegavam em grande número e montavam barracas que, de longe, pareciam lençóis estendidos, o que deu origem ao nome. A cidade foi a mais rica da Chapada durante o Ciclo do Diamante. A arquitetura de Lençóis preserva a memória dos tempos de opulência. As manifestações folclóricas têm lugar de destaque; as mais animadas são as festas juninas, promovidas em praça pública, com shows, cavalhadas, forrós e quadrilhas. O Festival de Inverno de Lençóis conta com apresentação de renomados artistas com entrada franca.

Museu Afrânio Peixoto Casa onde morou Afrânio Peixoto médico legista, político, professor, crítico, ensaísta, romancista e historiador literário, nascido em Lençóis e membro da Academia Brasileira de Letras. No museu estão vários objetos que pertenceram ao ilustre personagem, além do seu fardão da Academia. 
 Pça. do Rosário, 38,  75 3334-1155.

Serrano Lajeado em declive, por onde correm as águas do rio Serrano. Na época de seca, dá origem a poços utilizados pelas lavadeiras, que são parte do folclore local e possuem até mesmo sua entidade de classe: a Associação das Lavadeiras.

Salões de areias coloridas A caverna possui salões com paredes formadas por areias de várias cores usadas para fazer desenhos em garrafas, exemplares do mais tradicional artesanato nordestino. Caminhada de 0h10 pela trilha à direita do rio Serrano.

Cachoeirinha Várias quedas d’água com altura de mais ou menos 5m proporcionam uma ótima hidromassagem natural. No Riacho das Laranjeiras. Caminhada de 0h15 pela trilha à direita do rio Serrano.

Poço do Harley O tom de cobre das águas dessa piscina natural é provocado pelo dióxido de ferro. Excelente para banho, é um passeio que se pode fazer a pé, passando pelo Serrano e pelos salões de areias coloridas. Caminhada de 0h20 pela trilha à direita do rio Serrano.

Cachoeira da Primavera Uma trilha que atravessa curiosas formações rochosas o levará a esta cachoeira. É recomendável estar acompanhado de um guia. Caminhada de 0h40.

Cachoeira do Sossego A erosão formou dois paredões de pedra. A água cai de uma altura de 14m em uma piscina de águas avermelhadas. A caminhada requer esforço físico, mas compensa. A 8 km da cidade. Acesso a pé por 6 km de trilha e 2 km pelo leito do rio Ribeirão.

Ribeirão do Meio Antigo garimpo onde existe uma rampa natural de pedras lisas, conhecida como “escorrega”. O mergulho no poço é delicioso, mas seja cuidadoso com as pedras no fundo. Caminhada de 4 km. Trilha fácil.

Poço do Diabo Nesse local uma cachoeira forma diversos poços. O maior deles, o Poço do Diabo, é excelente para banho. No local, onde há bares e restaurantes, foi instalada uma tirolesa. A 20 km de Lençóis, no rio Mucugezinho.

Gruta do Lapão É a segunda maior caverna de quartzito da América do Sul. Sua saída de mais de 60m de altura é ótima para a prática de rappel. A 5 km de Lençóis, mais 1 km pelo interior da gruta.

Cachoeira do Mandassaia São duas quedas d’água. A primeira, temporária, divide-se em seis, formando um lindo espetáculo. A segunda, perene, tem altura aproximada de 10m. Na volta do passeio, pode-se optar por descer o leito do rio ou pegar a trilha. A 10 km de Lençóis, no povoado Barro Branco.

Serra das Paridas Inscrições rupestres variadas, ainda objeto de estudos arqueológicos. Certas figuras, segundo alguns, se assemelham a extraterrestres. Já de acordo com outros, trata-se simplesmente de seres humanos. Nos arredores, existem cachoeiras. Passeio de um dia, com opção de pernoite no Sítio do Vange.

Vila do Remanso Antigo quilombo onde vive, isolado, um grupo de descendentes de africanos e índios, todos parentes entre si. A animada vila tem tradição de promover o melhor forró da região. O roteiro Vila do Remanso/Marimbus pode ser contratado junto às agências de turismo locais. Em Lençóis, o Projeto Comunitário Grãos de Luz e Griô (
 3334-1040) organiza oficinas e providencia hospedagem em casas de moradores.

Palmeiras

A exemplo das outras cidades da Chapada, Palmeiras, fundada em 1890, viveu seus dias de glória com a extração de diamantes. Ainda hoje, a extração mineral é uma de suas fontes de subsistência. As velhas construções da praça da Igreja Matriz do Bom Jesus e o Palacete dos Alcântara são heranças dos tempos da mineração.

Morro do Pai Inácio A 1.120m de altitude, é um dos pontos turísticos imperdíveis da Chapada. Diz a lenda que Pai Inácio apaixonou-se pela filha de um coronel e foi perseguido por seus jagunços até o topo do morro, de onde saltou. Seu corpo nunca foi encontrado, mas Pai Inácio foi visto correndo pelo vale, desaparecendo sem deixar rastros. A vista é deslumbrante. Os grupos sobem no final do dia para curtir o pôr do sol. Acesso pela BR-242, Km 231. Os últimos 300m até o topo precisam ser percorridos a pé.

Morrão ( Monte Tabor) A 1.418m de altitude, o Morrão se ergue imponente, como um monumento à natureza, no meio da Chapada. Em sua base nasce o rio Mucugezinho. A escalada, que não é das mais fáceis, deve ser feita em companhia de guias treinados. A 8 km de Caeté-Açu (Vale do Capão) e 20 km de Palmeiras, dos quais 14 km podem ser percorridos de carro.

Águas Claras São cachoeiras de águas cristalinas e piscinas naturais de rara beleza. É possível acampar ali, desde que você tenha coragem de encarar 10 km a pé transportando equipamento de camping, alimentos e tudo o mais. A alternativa, se estiver disposto a gastar um pouco mais: banque o sahib e contrate carregadores. O lugar é uma base para a subida do Morrão. A 15 km do Vale do Capão, dos quais 10 km a pé.

Cachoeira da Fumaça A água cai de uma altura de 380m mas, antes de atingir o poço, pulveriza-se com o vento, parecendo fumaça. Outra trilha leva até o topo da cachoeira: após subir 300m, caminha-se por 1h no platô. Do alto tem-se visão privilegiada dos paredões de pedra talhados pelo rio durante milhões de anos. A 6 km de Caeté-Açu (Vale do Capão) em caminhada de 5h, ida e volta. De Lençóis, caminhada de três dias, no chamado “trekking da Cachoeira da Fumaça por baixo”.

Vale do Capão A 1.000m de altitude, o clima é ameno e agradável. Várias trilhas ligam o Vale ao Gerais do Vieira, um platô de onde se avista toda a região, e ao Vale do Pati, um dos percursos mais procurados pelos amantes do trekking. No Vale do Capão, você encontrará jardins naturais de orquídeas e muitas espécies de pássaros. No vilarejo de Caeté-Açu instalaram-se comunidades “alternativas” que além de praticar meditação e ioga, oferecem sauna indígena, massagens shiatsu e ayurvética e serviços congêneres. A 18 km da cidade por estrada de terra.

Cachoeira do Riachinho Bonita, de acesso fácil e boa para banho, é muito frequentada. A 17 km de Palmeiras e 5 km de Caeté-Açu, no Vale do Capão. Depois de estacionar é preciso caminhar 5 minutos.

Corredeira das Rodas Lugar ótimo para banho com acesso fácil. A 0h40 a pé de Caeté-Açu, no Vale do Capão.

Cachoeira da Purificação e Poço da Angélica Suas águas claras atraem muita gente que percorre o rio das Rodas. Boa parte da caminhada se faz pelo leito do rio e pelas pedras. A 8 km de Caeté-Açu, no Vale do Capão.

Iraquara

A cidade nasceu e cresceu durante o Ciclo do Diamante. Iraquara, hoje incluída no projeto turístico da Estrada Real, ficava na Estrada Boiadeira que ligava Jacobina a Rio de Contas, indo das minas da Bahia e de Minas Gerais ao Rio de Janeiro. Considerado o maior do gênero no Brasil, o Parque Espeleológico de Iraquara concentra centenas de cavernas.

Gruta da Lapa Doce Essa caverna onde vivem espécimes raros, como o bagre cego e albino, faz parte do complexo denominado Lapa I, II e III. BR-122, direção a Carne Assada, Km 14. O percurso de 850m é feito em 2h.

Gruta da Pratinha O acesso é feito através de um rio, com equipamento de mergulho e acompanhamento de um guia. Dentro da gruta há grande diversidade de espeleotemas (formações minerais), como agulhas de gipsita e flores de aragonita. Algumas das mais interessantes podem ser vistas no Salão do Sino e no Salão dos Vulcões. Depois do passeio, pode-se nadar nas águas cristalinas do rio Santo Antonio, divertir-se na tirolesa ou comer peixe nos restaurantes próximos. 
 Fazenda Pratinha, BR 122, Km 13, Santa Rita. Os equipamentos necessários podem ser alugados no local.

Gruta Azul Lago de águas transparentes e azuladas formadas pelo lençol subterrâneo da Gruta da Pratinha. O cenário torna-se ainda mais belo entre 10h e 15h, quando os raios de sol batem no interior da gruta. O mergulho deve ser feito com cuidado, para não desgastar o calcário das pedras.   A 7 km da Gruta da Pratinha.

Bolo de Noiva Antigamente chamada Buraco do Cão, tem entrada por uma bela dolina. Nesta caverna encontram-se lindas formações de estalagmites e estalactites e uma lagoa, que também faz parte do lençol de água da Pratinha. Para entrar na gruta é necessário descer por rústicas escadas de corda e estar acompanhado por guia. A 15 km de Iraquara.

Gruta da Torrinha Contém um verdadeiro tesouro em cristais, como agulhas de gipsita – consideradas as mais perfeitas do mundo – e flores de aragonita de beleza ímpar. Parte dela é reservada a pesquisas, mas a área aberta ao público é deslumbrante. Acesso pela BR-122, Km 18, à direita, mais 1 km até a gruta.

Iraporanga Este pequeno vilarejo antigo com casarões muito bem preservados é famoso pela boa cachaça produzida em suas alambiques artesanais. A 12 km de Iraquara em estrada de terra.

Andaraí

Andaraí é a segunda principal cidade da Chapada Diamantina. Seu nome, que significa “rio dos morcegos”, foi dado pelos índios cariris que habitavam o local quando os primeiros aventureiros chegaram à procura de metais e pedras preciosas. O lugar só começou adquirir feições de povoado a partir de 1845, quando o Capitão Joaquim de Figueiredo veio de Minas Gerais para ali se estabelecer com a família e procurar os tais diamantes que “brotavam da terra”.

Atualmente, Andaraí vive da agropecuária e do turismo. A cidade atrai praticantes de esportes radicais e visitantes que não se importam em enfrentar obstáculos naturais para conseguir boas fotos e curtir paisagens. Quem não estiver disposto a enfrentar trilhas e escaladas pode optar por visitar Marimbus, a Vila do Remanso, o Recanto das Orquídeas e a Vila de Xique-Xique de Igatu.

Poço Azul Formado por duas cavernas e por um lago de águas tão cristalinas que se vêem as formações rochosas no fundo, o poço é habitat do bagre albino. Em Nova Redenção, a 20 km de Andaraí. Tomar a BA-142 em Andaraí e, depois, estrada de terra até as margens do rio Paraguaçu. Propriedade particular, acesso pago.

Poço Encantado Este lugar, que recebe mais de 7.000 visitantes por ano, é um dos pontos imperdíveis da Chapada. Dentro de uma gruta há uma lagoa de 60m de profundidade e 98m de extensão, de águas transparentes, às quais o calcário confere uma cor azulada. De junho a agosto, o sol penetra por uma fenda, ressaltando a beleza do lugar. 
 Fazenda Agrícola de Una, Itaetê, a 48 km de Andaraí. Acesso pela BA-245. Não é permitido nadar. Há um restaurante rústico no local.

Gruta da Paixão Formada por vários salões repletos de estalactites e estalagmites. Somente 3 km de trilhas são abertos à visitação, sempre com o acompanhamento de um guia. 
 Ubiraitá, a 70 km de Andaraí. Acesso pela rodovia BA-142, mais 20 km por estrada de terra.

Marimbus Surpresa: um verdadeiro pantanal no coração da Bahia, formado provavelmente pela ação dos drenos do garimpo, que resultou numa grande planície com lagoas interligadas. Os passeios pelas lagoas em barcos infláveis conduzidos por remadores profissionais são experiências relaxantes. Mergulhar nessa águas, nem tanto, pois seria meio estressante nadar entre jacarés… Na estrada entre Lençóis e Andaraí. Recomenda-se contratar o passeio em uma agência local ou fazer o trajeto em veículo de tração 4X4. Leve repelente de insetos.

Olho d’Água Poço de águas cristalinas em parte cobertas por vitórias-régias, com uma gruta no fundo. Quem gosta de mergulhar pode explorá-la e observar a infinidade de peixes que ali existem. A 4 km de Andaraí.

Fazenda do Roncador A fazenda às margens do rio Roncador tem ótimas cachoeiras. Em seu restaurante, o cardápio inclui comida típica dos quilombos: purê de caroço de jaca (haja exotismo!), mamão verde salgado, o velho e bom arroz com feijão, macaxeira e carne de sol. Enquanto o almoço é preparado, os visitantes podem se refrescar nas cachoeiras, nas piscinas naturais e escorregar nas pedras lisas e rosadas. Depois do almoço, as redes são armadas embaixo das árvores para descanso. Quer ficar mais? Fale com o administrador que ele arranja um quartinho na casa para quem quiser passar a noite.

Igatu Para chegar a Xique-Xique de Igatu, percorre-se, serra acima, uma estradinha ladeada de flores, de onde se pode usufruir um visual incomum. Nessa vila, que foi uma das capitais do garimpo, tudo é feito de pedras: o calçamento das ruas, as cercas e até os telhados das casas, que aproveitam as cavidades das rochas. Por isso, Igatu é conhecida como a “Machu Picchu brasileira”. A área em que moravam os garimpeiros no século XIX, hoje desabitada e em ruínas, é uma interessante “cidade fantasma”. Na vila, a Casa de Dona Alzira, antiga residência da única garimpeira de Igatu, que conserva utensílios de garimpo e móveis de época, é um lugar a ser visitado. Uma ideia é pernoitar na vila, que embora seja bem pequena, conta com pousadas, para interagir com os habitantes locais e ouvir suas histórias. A 15 km de Andaraí.

Dica Na vila de Igatu existem profissionais que organizam passeios até as cachoeiras e trekking em velhas trilhas de garimpeiros. Uma delas é a Rampa do Caim, de onde se tem uma das melhores vistas do Vale do Pati.

Mucugê

Foi em Mucugê, a 48 km de Andaraí, que o primeiro diamante foi encontrado. Conta-se que, em 25 de junho de 1844, Cristiano Pereira do Nascimento, afilhado do Coronel Cazuza do Prado, pecuarista da região, foi lavar as mãos no riacho Cumbuca e achou um diamante. A notícia se espalhou rapidamente; em pouco tempo a “corrida do diamante” começou – todo mundo querendo lavar as mãos nesse riacho!

O garimpo atraiu para Mucugê grandes proprietários de outros estados, que para ali mudaram levando suas famílias e seus escravos. A mineração de diamantes atraiu também muitos europeus e árabes, gerando disputa de poder, luta pela terra, por escravos e pelos melhores garimpos. Tudo virou um “Deus nos acuda” onde quem podia mais, chorava menos, até que em 1870, quando as jazidas se esgotaram, a cidade direcionou seu desenvolvimento para outras atividades como a agropecuária e a agricultura.

Localizada a 900m de altitude em meio a uma paisagem privilegiada, Mucugê, considerada uma das mais belas cidades da Chapada, possui uma razoável infraestrutura para receber visitantes, conserva um conjunto de casarões coloniais e serve como base para excursões aos arredores.

A programação pode incluir visitas às grutas e cachoeiras, passeios a pé ou de bicicleta pelas trilhas e canoagem nos rios.

Cemitério Bizantino (Cemitério Santa Izabel) Ainda ativo, foi criado durante um surto de cólera que se abateu sobre a cidade em 1855. Os mortos pela doença não podiam ser enterrados na igreja, como era costume, pois temia-se que a epidemia se alastrasse. Então, para “compensar” seus mortos da desvantagem de não serem enterrados no solo santo de um templo cristão, as famílias construíram belos mausoléus nos estilos bizantino e gótico, imitando fachadas de igrejas.

Igreja de Santa Izabel É a principal igreja da cidade, construída por escravos no século XIX.

Arquivo Público O espaço expõe documentos, filmes e fotografias sobre a história da cidade. 
 Pça. Coronel Propércio

Parque Municipal Sempre-viva Mantido pela Prefeitura com o apoio do Estado e da Universidade Católica de Salvador, o parque abriga um centro voltado à preservação da fauna e da flora locais. Dentro dele ficam as cachoeiras de Piabinha e Tiburtino, de livre acesso aos visitantes e excelentes para banho. A cachoeira Tiburtino é uma das quedas d’água do riacho Cumbuca, onde foram achados os primeiros diamantes.

Cachoeira Sibéria Quem se dispõe a enfrentar os obstáculos para chegar aos pés dessa queda d’água de 5m de altura escondida no interior de um cânion vai se deslumbrar com o paredão de pedra de 200m de altura. A 11 km da cidade. Trilha considerada de acesso difícil.

Cachoeira Funis Cascata de cinco degraus naturais, considerada a mais bonita das redondezas. A 7 km de Mucugê.

Cachoeira do Cardoso Boa parte do caminho é feito por trilhas ladeadas por belas formações rochosas e campos floridos. A 8 km de Mucugê.

Cachoeira das Andorinhas Formada por várias quedas d’água. Um pequeno paraíso! A 5 km de Mucugê.

Cachoeira dos Cristais Recém-descoberta, esta cachoeira está situada no fundo de um cânion. A trilha de acesso a ela passa por campos onde se podem ver muitas espécies de bromélias e orquídeas. A 4h a pé de Mucugê.

Serra do Capa Bode Nesse local a 1.200m de altitude teriam, supostamente, aparecido discos voadores. Ali se ministram aulas de Astronomia para grupos. Interessante. Quem sabe, um contato imediato com uma bela extraterrestre de pele azul e olhos vermelhos…

Rio de Contas

A cidade, a 56 km de Palmeiras, originou-se de um ponto de pouso onde os viajantes pernoitavam, e que deu origem, no final do século XVII, a um povoado denominado Creoulos na nova rota entre Goiás e Salvador. Ali viviam em comunidade alguns negros alforriados, o que justifica sua primeira denominação. Depois vieram bandeirantes e jesuítas. A descoberta das jazidas de ouro fez o lugarejo crescer, transformando-se na Vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas de Rio de Contas.

Essa antiga cidade conserva mais de 400 casarões dos séculos XVII e XVIII, todos restaurados, dentre os quais se destacam o prédio da Prefeitura, as igrejas do Santíssimo Sacramento e de Santana e o Teatro São Carlos. No Arquivo Municipal encontram-se jornais antigos, fotografias e documentos datados do século XVIII. Na praça principal, foram filmadas cenas de Abril Despedaçado sob a direção de Walter Salles.

Estrada Real O trecho de 6 km da Antiga Estrada Real próximo a Rio de Contas, todo de pedras assentadas por escravos no século XVIII, é perfeito para uma caminhada, com direito a vistas magníficas. Foi o principal acesso para Livramento,  uma das maiores atrações turísticas da região.

Pico das Almas Com seus 1.958m de altitude, o Pico das Almas não é para principiantes, mas oferece aos aventureiros que chegam a seu topo uma incrível vista de toda a Chapada Diamantina. O trajeto até a base exige três dias de caminhada. A escalada requer prática de alpinismo.

Cachoeira do Fraga Bem próxima à cidade, é uma opção de lazer de fácil acesso. Seus poços são ótimos para banho. Há um bar nas imediações.

Cachoeira das Andorinhas Situada no interior de uma caverna, é um dos lugares mais belos da Chapada. A 30 km de Rio de Contas. 24 km podem ser feitos de carro; em seguida há uma trilha difícil, de 6 km.

Pico do Barbado Com 2.050 m de altitude, esse é o ponto culminante do Nordeste, e o mais visitado por amantes do montanhismo. Sua extraordinária beleza natural se deve principalmente à curiosidade de sua formação rochosa e à presença de sempre-vivas, bromélias e orquídeas. Do topo tem-se vista panorâmica dos cumes vizinhos, como o Pico das Almas e o de Itaobira. Converse com o pessoal do Posto de Informação Turística de Rio de Contas e muna-se de mapas confiáveis.

Morro do Chapéu

Antes da chegada dos europeus, o local era habitado pelos índios paiaiás. O solo era bom para plantio e muitos dos que ali chegaram à procura de ouro e prata acabaram se estabelecendo. Uma grande área foi dada em concessão para João de Saldanha Gama Melo Torres Guedes de Brito, o 6º Conde da Ponte. Logo, outras fazendas se instalaram e a população se multiplicou. O povoado se desenvolveu a partir de 1795, ao redor da capela edificada por um missionário capuchinho na Fazenda Gameleira, onde hoje se encontra a Igreja Matriz. A fundação da cidade data de 1865, quando recebeu seu curioso nome. Acontece que o morro situado em seus arredores tem mesmo a forma parecida com a de um chapéu.

Morro do Chapéu na atualidade tem a indústria, o comércio, a pecuária e a extração mineral de arenito, argila, calcário e mármore como principais fontes de renda.

Paraíso do ecoturismo e dos esportes radicais e importante centro de pesquisas arqueológicas, Morro do Chapéu possui ao seu redor um grande número de sítios de arte rupestre, tais como a Lapa dos Brejões, o Abrigo da Pedreira da Lage, o Abrigo da Cachoeira do Regato e o Abrigo do Manelão. Morro do Chapéu foi escolhida por ufólogos para estudos e observações. Logo na entrada da cidade, você depara com uma réplica de um disco voador. Trata-se do Centro de Pesquisas Ufológicas, sede do Circuito de Pesquisa Porto Cristal. Se você cruzar com turistas interplanetários, não entre em pânico; essas simpáticas criaturas de olhos grandes só abduzem norte-americanos geralmente, republicanos do centro-oeste).

Dica Morro do Chapéu, situada a 1.012m de altitude, possui clima ameno durante o dia, mas à noite a temperatura pode cair bastante. Leve agasalho e desconsidere o fato de que está indo para o interior da Bahia, onde muitos pensam que só faz calor.

Lapa dos Brejões Essa imensa caverna no vale do rio Jacaré, na área denominada Vereda do Romão Gramacho, é um dos principais atrativos da região e uma das maiores existentes no Brasil. O pórtico principal tem 106m de altura. As formações minerais em seu interior, onde a luz penetra por claraboias, são numerosas e variadas. Pinturas rupestres podem ser vistas nas entradas dos salões. A Lapa dos Brejões é objeto de estudos paleontológicos desde que em seu interior foram encontrados fósseis de mamíferos extintos, como mamutes, preguiças-gigantes e mastodontes. Dentro da Lapa dos Brejões são promovidos cultos religiosos pela população local. Brejões da Gruta, o vilarejo próximo, não dispõe de estrutura para hospedar viajantes. Portanto, quem quiser conhecer o lugar terá que acampar.

Cachoeira do Ferro Doido A APA do Monumento do Ferro Doido, criada em 1998, é muito procurada para a prática de rappel e saltos de páraquedas. Para quem prefere o trekking, o tempo estimado de caminhada é de 3h30. Vale a pena, pois o lugar é paradisíaco. A 18 km de Morro do Chapéu pela rodovia BA-052.

Fonte Termal do Tareco Uma fonte de água mineral no meio da caatinga é algo surpreendente. Ali existem duas piscinas próprias para banho. As águas têm efeitos medicinais no tratamento de doenças de pele. A 36 km da cidade, dos quais 30 km em estrada asfaltada.

Morrão O morro que deu nome à cidade tem 1.293 m de altitude. A bela vegetação ao seu redor é composta na sua maioria por bromélias e orquídeas. A 8 km de Morro do Chapéu.

Buraco do Possidônio Cratera cuja vegetação interior é completamente diferente da flora ao seu redor. O mistério vem sendo atribuido à visita de ETs… Com a palavra, os biólogos. A 17 km da cidade.

Gruta da Boa Esperança Tem pinturas rupestres e é objeto de muitas histórias sobre rituais com sacrifícios humanos. Segundo a lenda, os participantes do rito podiam transformar pedras em ouro. A 53 km da cidade.

Cachoeira do Ventura Queda d’água de 50m em meio à vasta vegetação. Excelente passeio de um dia inteiro. A 36 km da cidade.

Lajeado do Bordado Você poderá ver ali inscrições rupestres deixadas por tribos que habitavam o lugar há milhares de anos e, no solo, pegadas milhões de anos deixadas por animais pré-históricos. A 44 km da cidade. Acesso por estrada secundária, a partir do povoado de Icó. Propriedade particular.

Vila do Ventura Possui ruínas do período áureo da mineração, quando foi o maior produtor de diamantes da região. A 35 km de Morro do Chapéu pela BA-052.

Trekking: trilhas na Chapada

Guias

Para percorrer as trilhas da Chapada, procure guias habilitados, de preferência indicados pelas próprias pousadas ou associações de guias profissionais.

As trilhas mais procuradas

Vale do Pati A opção mais viável é pernoitar em Caeté-Açu. O percurso até o povoado do Bomba, de onde partem os trekkings, é feita de carro. Os pernoites e as refeições podem ser feitos em casas de moradores, onde a comida costuma ser boa e as acomodações, simples e limpas, ou em acampamentos, caso em que o grupo terá que carregar todos os apetrechos e mantimentos. Os Gerais do Vieira, a Serra do Esbarrancado, o Morro do Castelo e o Cachoeirão são as principais atrações deste percurso. 70 km (até Andaraí). 5 dias.

Cachoeira da Fumaça por baixo Saindo de Lençóis a pé, a trilha passa por vales, cachoeiras e cânions, entre eles o Vale da Capivara e o Vale da Cachoeira da Fumaça. Os pernoites são em acampamentos com barracas. Essa trilha requer bastante preparo físico pois o percurso é difícil; boa parte dele é feita pelo leito de pedras do rio. 36 km. 3 dias.

Cachoeira do Sossego e Ribeirão do Meio A caminhada é muito bonita, parte dela pela mata, onde você encontra, se estiver na época certa, mangueiras carregadas de saborosos frutos maduros; outra parte do trajeto é feito pelo leito pedregoso e raso (na seca)… do rio Ribeirão. Há divertidas escorregadeiras no Ribeirão do Meio, um bom lugar para dar uma parada. 15 km de ida e volta, partindo de Lençóis. 6h.

Trekking do Vinte e Um Boa parte deste trekking é realizada pelo interior do cânion do Vinte e Um, com uma noite de acampamento em barracas. 2 dias de Lençóis até Caeté-Açu, no Vale do Capão.

Trekking Pai Inácio/Águas Claras/Morrão/Capão Fácil, com lindas vistas. De carro até a base do Morro do Pai Inácio. Depois, 20 km. 1 dia.

Trekking Lençóis/Capão Trata-se da antiga trilha usada pelos comerciantes para circular entre as duas cidades. O sentido Capão/Lençóis é mais fácil, pois é descida. 25 km. 7h (só ida).

Trekking Pai Inácio/Lençóis Não exige muito preparo físico. Passa por cachoeiras e tem uma linda vista do Morro do Pai Inácio. 18 km.

Cachoeira do Buracão Passeio de carro de Lençóis até o Poço Encantado, em Itaetê, com parada no Poço Azul, em Nova Redenção. O pernoite é em Mucugê. No dia seguinte, o grupo segue para a Cachoeira do Buracão, em Ibicoara; parte do percurso é feito de carro, mas saiba que você terá que encarar 0h50 de trilha até a cachoeira, localizada dentro de um cânion. A queda d’água tem 80m. 2 dias.

Dicas para conhecer a Chapada

Para conhecê-la, é necessário ter espírito de aventura e estar em boa forma física. A maioria dos visitantes fixa sua base em Lençóis, onde contrata passeios para outras localidades e atrações. Em muitos sítios, visitantes só podem entrar acompanhados por um guia habilitado pela Secretaria do Turismo e pelo IBAMA.

Preparação

Leve capa de chuva, repelente de insetos, calçado adequado, havaianas para as horas de descanso, protetor solar, chapéu ou boné e roupas adequadas (calça de tactel, camisetas leves). Use meias grossas para evitar bolhas nos pés. No caminho há rios e cachoeiras: leve máscara de mergulho, toalha e calção ou maiô. Quem gosta de fotografar, não esqueça da bateria sobressalente. Escolha uma mochila impermeável e confortável e não a sobrecarregue.